7.1.10

Ao menos ninguém viu...

Preciso pedir desculpas pela demora de postar ou isso já virou rotina aqui? Ok! Desculpas apresentadas. Aproveito o ensejo, inclusive, para desejar a todos um 2010 massa! Paz, saúde e sucesso a todos. Aliás, paz não, porque passei meu reveillón de preto. Portanto, esse é o ano da intriga. Mas, enfim! Vamos pra frente...

Há uns dias recebi um e-mail da amiga Alessandra - e grande colaboradora dos meus causos estagiários - pedindo que eu contasse um episódio ocorrido lá em 2006, na era INSS.
Ah, gente! Eu vivo dizendo que aqueles 5, 6 meses que passei lá representam uma época de ouro. Foi meu primeiro estágio remunerado, concursado e ainda comecei com uma grande amiga.
Eu também já tentei, aqui, delinear a tal da Alessandra: menina doce, educada, às vezes meio rude, mas muito quieta, tímida e medrosa. Ah, mas ela tem (ou tinha) medo de tudo.
Agora que já passou, posso contar. Só espero que a pena de peculato tenha expirado!
A gente vivia imprimindo trabalhos na procuradoria. Nada absurdo! Algumas páginas de um trabalho de faculdade aqui, outras páginas ali... e por aí ia. Tudo na calada do fim do expediente. Trabalhávamos em salas diferentes, mas no mesmo setor. A sala dela era cheia! A minha, quase vazia. Portanto, todas as peripécias aconteciam na minha sala - que não tinha sequer janela. Portanto, se estivesse nevando ou mesmo fazendo sol, não estávamos a par dos acontecimentos naturais recifenses.
Continuando...
Como sempre, faltava papel no INSS. Já falei que faltava até papel higiênico, né?! Não que eu tenha precisado ou mesmo me encontrado em situação de necessidade. Longe de mim...
Em uma das vezes, queríamos imprimir um trabalho e o papel acabou. Eu disse:

-Pega na sua sala!!!

Muito reticente, lá foi ela.
E eu tranquei a porta da sala.
Enquanto seu lobo não vem, digo, enquanto Alé não chegava - e demorou horas pra aparecer - inventei de colocar uma musiquinha pra distrair. Me distraí tanto que comecei a dançar. É que o chão era meio liso (ou muito sujo) e eu deslizava com o sapato. Então achava o máximo aquilo. De repente, escutei um barulho. Mas deixei pra lá! E continuei a dançar.
E o barulho continuava.
Quando olhei pra trás, a porta estava sendo praticamente arrancada.
Corri, desliguei o som e abri, com a cara mais limpa do mundo.
Eis que chega Alessandra, cheia de papel na mão e com um ar desconfiado:

-O que você estava fazendo? Que demora! Eu cheia de papel na mão aqui do lado de fora! Era você quem ouvia essa música?

Eu respondi que sim, meio constrangido.
Constrangido por que? Não deu cinco minutos e já estava ela pedindo pra eu ligar o som.
Ficamos os dois, ridículos, dançando e imprimindo nossos respectivos trabalhos.

Bem... ao menos ninguém viu. O mesmo não se pode falar da professorinha baiana...

Toda enfiada? Que nada. Toda demitida!