...porque às vezes o estagiário tem que parecer gente!
Me arrumei todo pois esse é o último post de 2008. E pela primeira vez (e espero que única!) falaremos sério.
Inicialmente, hei de agradecer a todo mundo que leu os posts e que riu das besteiras que conto. Valeu pelos comentários, pelas risadas no msn e orkut. Todo mundo dizendo que saiu contando no trabalho, pra família, enfim! Isso me deixa honrado mas, ao mesmo tempo, ridicularizado. Imagine eu chegando na casa de um de vocês e sou apresentando como, por exemplo, "o cara do lenço".
-Mãe, esse é meu amigo que falei. O do lenço. Lembra, mãe?
-Que lenço, meu filho?
-O que teve dor de barriga no fórum, mãe. Não lembra, não?!
-Ah, sim sim! O que não tinha papel higiênico!
...ê, estagiário! Só faz besteira.
Mas vamos aos fatos.
De 2005 (meu primeiro estágio - ainda que voluntário) até hoje, neste ano de 2008 (no louvável TJPE), muitos foram os locais pelos quais passei; conheci muita gente, passei por muita coisa e aprendi o que sequer pensei que existisse. E foi massa! Tive bons e maus momentos. A vida é feita justamente disso. Os bons momentos guardo pra mim, caladinho, e agradeço sempre por tê-los vivido. Os ruins... ah! Os ruins eu conto aqui. Alguns, é verdade, são indizíveis! Mas passam - e me fazem ver ainda mais o que é bom, o que é positivo.
Em menos de 4 anos, ganhei uma boa experiência - curricular e de vida -, uma síndrome do pânico, amigos, concorrentes e muita história pra contar.
Se valeu? Muito.
Em 2009.1 essa vida se encerra - a vida estagiária, a vida aprendiz. O que se aprendeu, aprendeu. Agora é hora de mostrar o que foi feito, o que foi absorvido.
Que venha 2009. Que venham os desafios.
A todo mundo: obrigado! Feliz Natal. Um ano novo arretado! E as histórias continuam. Não deixem de ler.
23.12.08
10.12.08
Fim de um. Começo de outro.
Pra não me delongar muito, eis que, depois de cerca de um mês e alguns dias, pedi demissão!
Ufa!
Imagine ser demitido depois de tanto sofrimento! Rá. Era só o que me faltava. Mas faltou!
E eu saí daquele bendito escritório de alma lavada, feliz porque tinha pedido demissão. E como era bom isso!
Ok.
Daí que o tempo se passou e eu fiquei liso e sem estágio! Odiava a idéia de me enveredar novamente por algum outro escritório. Sempre tão severos e maus pagadores. Ouvia mil e uma histórias. Viagens a interior, a capitais vizinhas. Nunca que eu queria isso! Doze ônibus? Nunca mais! Os quatro pra ir e voltar da faculdade já eram uma boa soma.
Isso foi em Março/Abril de 2006.
Em Junho do mesmo ano fui fazer concurso de estágio do INSS (procuradoria). Já tinha feito a inscrição mas, no dia, não quis ir. Tinha saído no dia anterior e, digamos, sofria de um mal chamado "ressaca". Mas uma amiga insistiu e... lá fui eu!
Chegando lá, fui informado de que era uma prova objetiva e uma redação. Ah! E apenas duas vagas.
Ok, obrigado. Vou embora!
Não fui.
Tempos depois saiu o resultado.
Duas vagas. Uma minha, outra da minha amiga.
Melhor impossível.
E no dia em que tivemos que nos apresentar, o INSS, que fica num prédio semi-morto, só tinha dois elevadores. Um somente funcionava. E as portas abriam e fechavam no meio. As duas metades se uniam. E Alessandra, coitada, crente que as portas tinham sensor, foi esmagada no meio. As portas fecharam apertando os braços dela. Ela deu um passo pra trás e saiu. Ok! Elevador nunca mais. Vamos de escada.
Colocados numa sala grande, cheia de mesas, processos e papéis, apenas uma única menina estava nela. Conversando, de igual pra igual, porque ela era nova e muito simpática, questionei:
-'Tu tá' aqui há quanto tempo?
-Há cerca de um ano e meio.
-Ah... então já está acabando, né?! (o estágio era de um ano, prorrogável por mais um)
-Desculpe. Acabando o quê?
-O seu estágio, ora!
-Ah, não não! Eu sou procuradora federal.
-Oh... é que a senhora é tããão nova!
[risinhos sociais, quase diplomáticos]
Comecei com pé direito.
Alessandra me fulminava com os olhos e ao mesmo tempo os desviava de mim.
O riso estava na iminência de ser solto.
Desde esse dia, cruzava com a tal 'jovem senhora' e fingia que não a via.
"Bem vindo", me disse o INSS. "Esse é só o primeiro dia!".
Ufa!
Imagine ser demitido depois de tanto sofrimento! Rá. Era só o que me faltava. Mas faltou!
E eu saí daquele bendito escritório de alma lavada, feliz porque tinha pedido demissão. E como era bom isso!
Ok.
Daí que o tempo se passou e eu fiquei liso e sem estágio! Odiava a idéia de me enveredar novamente por algum outro escritório. Sempre tão severos e maus pagadores. Ouvia mil e uma histórias. Viagens a interior, a capitais vizinhas. Nunca que eu queria isso! Doze ônibus? Nunca mais! Os quatro pra ir e voltar da faculdade já eram uma boa soma.
Isso foi em Março/Abril de 2006.
Em Junho do mesmo ano fui fazer concurso de estágio do INSS (procuradoria). Já tinha feito a inscrição mas, no dia, não quis ir. Tinha saído no dia anterior e, digamos, sofria de um mal chamado "ressaca". Mas uma amiga insistiu e... lá fui eu!
Chegando lá, fui informado de que era uma prova objetiva e uma redação. Ah! E apenas duas vagas.
Ok, obrigado. Vou embora!
Não fui.
Tempos depois saiu o resultado.
Duas vagas. Uma minha, outra da minha amiga.
Melhor impossível.
E no dia em que tivemos que nos apresentar, o INSS, que fica num prédio semi-morto, só tinha dois elevadores. Um somente funcionava. E as portas abriam e fechavam no meio. As duas metades se uniam. E Alessandra, coitada, crente que as portas tinham sensor, foi esmagada no meio. As portas fecharam apertando os braços dela. Ela deu um passo pra trás e saiu. Ok! Elevador nunca mais. Vamos de escada.
Colocados numa sala grande, cheia de mesas, processos e papéis, apenas uma única menina estava nela. Conversando, de igual pra igual, porque ela era nova e muito simpática, questionei:
-'Tu tá' aqui há quanto tempo?
-Há cerca de um ano e meio.
-Ah... então já está acabando, né?! (o estágio era de um ano, prorrogável por mais um)
-Desculpe. Acabando o quê?
-O seu estágio, ora!
-Ah, não não! Eu sou procuradora federal.
-Oh... é que a senhora é tããão nova!
[risinhos sociais, quase diplomáticos]
Comecei com pé direito.
Alessandra me fulminava com os olhos e ao mesmo tempo os desviava de mim.
O riso estava na iminência de ser solto.
Desde esse dia, cruzava com a tal 'jovem senhora' e fingia que não a via.
"Bem vindo", me disse o INSS. "Esse é só o primeiro dia!".
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